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FSR61663Foto: Fernando SouzaA um incauto pareceria advir um massacre. Em franca maioria no auditório Quinhentão do CCS, a oposição à atual diretoria da AdUFRJ dava mostras inequívocas de que venceria por larga margem a adesão da UFRJ à greve nacional dos docentes que já abarca 53 universidades públicas de todo o país. Mas isso se o formato de assembleia e votação seguissem à risca o modus operandi que há décadas vigora nas instâncias de decisão do Andes: crachás nas mãos e braços erguidos, decisão na hora, com qualquer quórum. Assim foram decididas as greves de 2012 e 2015 na UFRJ.
Mas greves passadas não movem moinhos. Há cinco gestões, o grupo que dirige a AdUFRJ se insurgiu contra o método Andes de decisão e ofereceu aos docentes a possibilidade de outras formas, mais democráticas, de participação, como o voto online e o voto em urna. Foram cinco vitórias em sequência nas eleições para a diretoria da seção sindical, uma demonstração de que o docente dito “comum”, não iniciado nas intrincadas veredas sindicais, optara por novos caminhos.
Assim, o que se observa em uma assembleia com algumas dezenas de participantes não necessariamente — ou, melhor dizer, raramente — se reflete nas votações finais. Ao incauto que assistiu à “votação” presencial na assembleia, com os docentes alinhados à oposição levantando suas cédulas de papel em adesão à greve nacional, restou ao fim daquela sexta-feira (10) a certeza de que o gesto, carregado de simbolismos, faz parte de um passado cada vez mais remoto na UFRJ.
Se, no ápice dos debates na assembleia, o Quinhentão abrigou pouco mais de 100 pessoas, as urnas registraram os votos de 607 docentes. E, por larga vantagem, venceu a posição de não adesão à greve neste momento. Foram 364 votos contra a greve, 234 a favor, cinco abstenções, dois brancos e dois nulos. Cumpre registrar que a proporção de votos — algo em torno de 60% x 40% — reproduz os resultados das últimas eleições para a diretoria da AdUFRJ.
Independentemente da votação final, a assembleia trouxe algumas reflexões sobre a campanha salarial em curso e, sobretudo, sobre a grave situação orçamentária por que passa a UFRJ. Algumas falas de docentes que defendiam a adesão à greve passaram ao largo de índices de reajustes e novos planos de carreira e tiveram como foco as péssimas condições de infraestrutura de algumas unidades, como a EEFD, o IFCS/IH ou a EBA. A narrativa de “duas universidades” sobressaiu dos debates, contrapondo as unidades em crise com a aparente normalidade de outras, como a Coppe e o CT.
Outra reflexão importante foi trazida pela professora Eleonora Ziller, ex-presidente da AdUFRJ, e abordou o sistema de votação, tão criticado pela oposição. Segundo ela, não é o voto em urna, o presencial ou o online que impedem ou aceleram a deflagração de uma greve, mas sim o grau de mobilização da categoria. Eleonora fez um apelo à busca de consensos, com a superação de dicotomias que, na visão dela, em nada contribuem para o avanço do movimento. São reflexões importantes que não perecem, por sua envergadura, no curto espaço de uma assembleia.

WhatsApp Image 2024 05 16 at 21.54.10Renan Fernandes

Desabamentos, infiltrações, redes elétricas antigas e ventiladores caindo do teto. Quase todo dia, um problema de infraestrutura da UFRJ repercute nos grupos de Whastsapp, nas redes sociais, em conversas de corredor e no noticiário. Mas não existe solução barata: levantamento do Escritório Técnico da Universidade (ETU) aponta que seriam necessários R$ 795,7 milhões para recuperar 77 prédios de toda a instituição.
O reitor Roberto Medronho, professor da Faculdade de Medicina, utilizou uma analogia médica para tratar do patrimônio imobiliário da universidade. “Temos pacientes graves, que precisam de intervenção imediata, e temos várias outras edificações que, se não receberem intervenção agora, vão evoluir para a forma mais grave “.
A administração central bate em todas as portas atrás de recursos. “Estamos indo em todos os ministérios, pedindo suplementação orçamentária. E também começamos a procurar o setor produtivo para fazer parcerias que nos ajudem a recuperar essas edificações. Só com o orçamento da universidade não dá para fazer absolutamente nada”, disse.
O valor total ultrapassa o dobro das receitas de custeio (R$ 388,3 milhões) da universidade para 2024. Somente a reabilitação dos problemas considerados graves representa 71% do montante (R$ 567,3 milhões).
E os números vão aumentar. O ETU avaliou apenas 52% das áreas construídas. Prédios com reconhecidos problemas de infraestrutura como a Escola de Educação Física e Desportos e o Centro de Ciências da Saúde ainda não passaram pela avaliação, denominada de REAB.
O professor Roberto Machado, diretor do ETU, espera que o REAB 2024 traga números mais completos sobre a situação da patrimonial da universidade. “Para o relatório de 2024, já recebemos os dados do Centro de Tecnologia e vamos ter também a avaliação de todas as unidades do Centro de Ciências da Saúde”.
O REAB estipula um índice de reabilitação (IR) que varia de 0 a 120, indicando o estado de conservação de cada imóvel e dando a base do cálculo para o custo da reforma. O índice soma as avaliações de conservação e desempenho de três grandes grupos: estruturas e coberturas; paredes e acabamentos internos e externos; e as instalações (elétrica, dados e voz, hidráulica, esgoto, climatização, entre outras).
O edifício Jorge Machado Moreira (JMM) — antigo prédio da reitoria — alcançou o IR de 83, o que significa que a reforma é estipulada em 83% do valor de construção de um prédio novo com as mesmas características. O imóvel, que é tombado, lidera os custos de reforma entre todos os avaliados até o momento. O gasto foi estipulado em R$ 191,7 milhões.
“Não existe orçamento para uma reforma global de todo o prédio. O IR do JMM não passa de 83% hoje porque estamos atacando as áreas mais críticas, que podem colocar em risco quem utiliza o edifício”, explicou Machado.
Além do JMM, mais oito prédios tombados figuram entre os que necessitam de uma reabilitação profunda. Entre eles, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos (IR 80,9), o Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (79), o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (71,3) e o Palácio Universitário (66,8).
Quando o IR ultrapassa o valor de 100, a edificação é considerada sem valor, uma vez que a reforma custaria mais que a demolição e a construção de um novo prédio. A Estação Conexão para o Futuro, um pequeno imóvel que já recebeu atividades do Instituto de Geociências, nos fundos do CCMN, foi a única construção a alcançar o número e teve a demolição recomendada pelo ETU. Mas não há dinheiro sequer para isso.
Christiano Ottoni, arquiteto do ETU que trabalhou na consolidação dos dados do REAB, reivindica a ampliação do estudo. “Essa avaliação precisa ser anual, porque o patrimônio a cada ano se deprecia. O que se avalia em 2023 em 2024 já está diferente. Precisamos aumentar a cobertura do trabalho. Essa tem que ser uma política institucional de gestão do patrimônio da UFRJ”, afirmou.
(colaborou Kelvin Melo)

Confira,a seguir, a situação de algumas das edificações avaliadas pelo REAB.
CLIQUE NAS IMAGENS COM O BOTÃO DIREITO DO MOUSE E SELECIONE ABRIR EM UMA NOVA GUIA

 

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15.05 MESA DE NEGOCIACAO 44Foto: Eline Luz/AndesAlexandre Medeiros e Silvana Sá

O governo realizou na quarta-feira (15), a 5ª mesa específica da carreira docente e apresentou uma nova proposta para recomposição salarial da categoria, que o Jornal da AdUFRJ detalha abaixo. Para este ano, o índice permanece zero, mas as mudanças na carreira devem gerar, nos próximos dois anos, reajustes que podem chegar a 17,6% (para titulares) e a 31,2% (para ingressantes). Participaram representantes do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) e sindicatos nacionais de professores federais do magistério superior e do ensino básico, técnico e tecnológico: Andes, Sinasefe e Proifes.
A novidade da proposta é o modelo de reajuste. Além do indicador linear, o MGI propôs o aumento nos degraus (steps) e alterações no início da carreira. Os atuais níveis iniciais seriam cortados. A carreira começaria a partir dos atuais BII do Magistério Superior e DII 2 do EBTT. Essa alteração gera, na base da carreira, em quatro anos, reajustes na ordem de 43%, com cálculos que consideram a projeção de inflação de 15% de 2023 a 2026.
Outra alteração se refere aos steps — os degraus entre as classes. O governo sugere a aplicação de novo cálculo para adjunto 2 a 4 e associado 2 a 4 (MS) e para DIII 2 a 4 e DIV 2 a 4 (EBTT). Aumenta de 4% para 4,5% em 2025, e de 4,5% para 5% em 2026. A proposta é dada como definitiva pelo governo que afirmou aguardar os sindicatos para assinar o acordo em 27 de maio. No dia 21 haverá a mesa dos técnico-administrativos em educação (TAEs).
Representantes das entidades sindicais avaliaram a nova proposta após a reunião. Para Geci Silva, presidente do ADUFG-Sindicato e diretor de Assuntos Educacionais do Magistério Superior do Proifes, há avanços significativos. “Conseguimos substituir as classes A e B por uma classe de entrada e com isso melhorar o início da carreira, tornando-a mais atrativa”, analisa.
“Também teremos recomposição salarial no governo Lula, e ganho real acima do IPCA projetado, que está entre 15% e 17% para o período 2023-2026”, completa Geci. Ele reconhece a frustração com o 0% de reajuste esse ano. “Apesar de não termos reajuste linear em 2024, a gente está adiantando para janeiro de 2025 a nossa data-base que seria em maio do ano que vem. Isso também se reflete nos salários”.
O coordenador-geral do Sinasefe, David Lobão, viu ao menos um ponto positivo na reunião. “Na proposta anterior, o percentual menor de reajuste (12,81%) era para quem ganhava menos, e o maior percentual (16,11%) era para quem ganhava mais”, avalia. “O governo atendeu nossa demanda e agora o reajuste vai de 13,3% a 31,2%, e quem ganha menos vai ter o reajuste maior”, avalia.
A proposta, segundo Lobão, sinaliza uma recomposição dos salários, ainda que não cubra todas as perdas do governo Bolsonaro. “Temos que discutir nas bases. Achamos que essa proposta está num nível de aceitação razoável ou vamos ampliar a greve para pressionar mais o governo, que já nos disse que essa é sua proposta final? São essas perguntas que as assembleias têm que responder”, explica.
À saída do MGI, o presidente do Andes, Gustavo Seferian, convocou a base a refletir sobre a nova proposta. “Foi possível ter uma negociação a partir da proposta apresentada no início da reunião, e que foi alterada após o governo refletir sobre nossas ponderações. A proposta final tem majorações em relação aos indicativos iniciais. Há uma data limite para a nossa resposta a essa proposta, que é o dia 27 de maio. Vamos fazer uma nova rodada de assembleias para avaliar essa proposta até essa data”.

 
 

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WhatsApp Image 2024 05 08 at 14.21.10Todos os professores, sindicalizados ou não, estão convidados a participar da Assembleia Geral que vai discutir a deflagração de greve e campanha salarial.

A assembleia será multicampi: no Quinhentão (CCS) e em Macaé. Para facilitar a participação de todos, a AdUFRJ oferece transporte saindo dos campi Praia Vermelha e Caxias com destino ao CCS. Solicite através do link: https://forms.gle/qMBReGnzTvMkGQbL6

Participe!

 

Agenda:

9h30 - Primeira convocação com quórum mínimo de docentes
10h - Início da Assembleia Geral com qualquer número de docentes
10h às 11h - Informes
11h às 14h - Discussão da pauta única
12h às 18h - Votação por cédula em urna
18h - Apuração dos votos e encerramento da assembleia

 

A reunião também será transmitida pelo Youtube: 

 
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